Mídia Programática no Brasil: visão, evolução e oportunidades
- Bruno Campos de Oliveira

- 5 de nov.
- 3 min de leitura
A mídia programática representa uma das transformações mais profundas do marketing digital nos últimos dez anos. Ela combina dados, tecnologia e automação para entregar anúncios relevantes no momento certo, para a pessoa certa — de maneira mensurável e escalável. No Brasil, seu uso cresce em velocidade acelerada, especialmente em ambientes premium, vídeo e CTV (Connected TV).
Apesar de ser cada vez mais comentada, ainda existe uma lacuna entre o potencial estratégico da programática e sua adoção madura dentro de marcas, agências e publishers. Este conteúdo foi criado para ajudar a reduzir esse gap, trazendo contexto, fundamentos e tendências aplicadas ao cenário brasileiro.
O que é mídia programática?
Mídia programática é a compra e venda de espaços publicitários em tempo real, por meio de plataformas tecnológicas, utilizando dados para tomada de decisão. Em vez de negociações manuais, todo o processo é automatizado, com decisões disparadas em milissegundos.
Ela envolve três pilares fundamentais:
Dados (primeira, segunda e terceira parte)
Automação (lances em tempo real via RTB)
Tecnologia (DSPs, SSPs, ad exchanges, DMPs, CDPs)
Principais plataformas
Para simplificar:
DSP (Demand-Side Platform)
Ferramenta usada por anunciantes para comprar mídia de forma automatizada. Exemplos: DV360, The Trade Desk, Yahoo.
Também existem plataformas integradoras de DSP como é o caso da Pixel Roads.
SSP (Supply-Side Platform)
Ferramenta usada por publishers para disponibilizar seus inventários. Exemplos: Magnite, Pubmatic, Xandr SSP.
Ad Exchanges
Ambiente de leilão entre compra e venda.
PMPs (Private Marketplaces) Negociações premium, com maior controle de qualidade.
Por que a programática cresceu?
Alguns motivos explicam a tração no Brasil:
Detalhamento de audiência
Otimização contínua
Brand Safety
Viewability
Integração com dados proprietários (1st Party Data)
Acesso a inventário premium em vídeo e CTV
Na prática, ela combina performance com construção de marca.
Programática no Brasil
O Brasil vive um momento de amadurecimento:
publishers estruturando dados
inventário qualificado premium
aumento de CTV e AVOD
mais transparência em deals
pressão por accountability
Ainda assim, falta educação técnica, métricas alinhadas e padronização.
O fim dos cookies de terceiros
Um dos temas centrais da atualidade é a redução dos cookies de terceiros. Ele impacta diretamente:
mensuração
atribuição
remarketing
segmentação
Novas soluções surgem:
IDs alternativos
context targeting evoluído
clean rooms
first-party data
A transição exigirá maturidade tecnológica.
Brand Safety e Fraud Prevention
Não basta entregar audiência: é preciso entregar ambiente.
AdFraud, viewability baixa e inventário duvidoso ainda existem.
Por isso, o uso de:
listas de exclusão,
vendors de segurança,
PMPs curados,
tornou-se mandatório.
CTV e vídeo premium
A próxima fronteira.
Com o avanço do streaming no Brasil, o ecossistema programático agora chega às grandes telas, com segmentação granular, contratos mais transparentes e capacidade real de mensuração.
Esse movimento aproxima a TV de métricas digitais — algo impensável há poucos anos.
O papel da Inteligência Artificial
A IA acelera:
criação de criativos dinâmicos (DCO)
optimização de bids
análises de performance
geração de relatórios
recomendações automáticas
A combinação IA + programática reduz assimetria de informação.
Desafios para o mercado brasileiro
Apesar dos avanços, ainda enxergamos:
falta de profissionais qualificados
baixa compreensão estratégica
KPIs desalinhados
resistência cultural
desconhecimento de inventário premium nacional
Educação contínua é essencial.
Como começar com mídia programática
Alguns passos recomendados:
Estruture dados proprietários (CRM, CDP, consentimento).
Escolha DSPs alinhadas ao objetivo.
Trabalhe com PMPs curados.
Monitore brand safety e viewability.
Conecte criativos dinâmicos.
Atualize métricas a cada trimestre.
Teste CTV em ciclos curtos.
Programática é um processo — não uma chave de liga/desliga.
Minha atuação no ecossistema
Nos últimos anos, tenho participado do amadurecimento desse mercado no país atuando como:
coautor do primeiro livro impresso da América Latina sobre o tema (Mídia Programática de A a Z);
fundador de plataformas e produtos AdTech (Pixel Roads e AdsPlay);
palestrante em eventos de marketing e tecnologia;
consultor de empresas em 20+ países.
Meus projetos têm como foco:
automatizar,
educar,
reduzir fricção,
aumentar eficiência e transparência.
Conclusão
A mídia programática continuará evoluindo à medida que:
dados de primeira parte ganharem relevância,
o streaming se consolidar,
cookies diminuírem,
e a IA incorporar otimização preditiva.
Quem dominar o entendimento tecnológico + criativo terá vantagem competitiva sustentável.
Quer conversar sobre o tema?
Entre em contato para:
consultoria estratégica,
educação corporativa,
workshops para times,
diagnóstico de maturidade programática.
conhecer o trabalho que fazemos na Adsplay e na Pixel Roads.
O futuro da mídia é automatizado. O diferencial será a qualidade das decisões, no stack de tecnologia e na diversificação de canais.



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