Construir é para os obcecados: a história da Pixel Roads
- Bruno Campos de Oliveira
- 30 de abr.
- 3 min de leitura
Toda construção começa com uma visão.
Mas entre enxergar o destino e alcançá-lo, existe um território cheio de incertezas, erros, vitórias improváveis e decisões difíceis.
Quando desenhei o primeiro rascunho da Pixel Roads, eu sabia onde queria chegar.
Só não fazia ideia do quão desafiadora seria a jornada.
E é justamente isso que torna a construção de algo grande tão transformadora:
Você precisa ser teimoso o bastante para não desistir, e flexível o suficiente para mudar tudo, se for preciso.
O mercado em que tudo começou
Com mais de 15 anos de estrada no marketing digital, vi de perto o aumento da pressão:
Mais trabalho. Menos recursos.
Mais cobrança por performance.
Enquanto sócio de agência, depois como co-fundador da AdsPlay — trading desk líder de mercado em Mídia Programática — aprendi que o mercado precisava de algo diferente.
As oportunidades escapavam não pela falta de clientes, mas pela falta de acesso:
• Plataformas fragmentadas;
• Altos investimentos iniciais;
• Processos complexos para pequenos e médios negócios.
Era hora de criar um caminho novo.
Assim nasceu a ideia da Pixel Roads:
Uma plataforma de mídia para todos.
Democratizar o acesso, simplificar o que parecia impossível.
O primeiro passo é sempre o mais difícil
O início foi modesto: eu e uma colaboradora, fazendo absolutamente tudo.
O produto? Um protótipo construído por uma software house.
O resultado? Frustração.
O produto era ruim. Mas os clientes começaram a chegar mesmo assim.
Esse foi o primeiro sinal: a demanda existia.
Só precisávamos ajustar as velas.
Com novos sócios de tecnologia na operação, trouxemos o desenvolvimento para dentro de casa.
Crescemos de forma orgânica, suada, cliente a cliente.
Em um mercado de promessas fáceis, escolhemos o caminho da consistência.
Crescimento que não cabe em uma planilha
Janeiro: 3 clientes. Fevereiro: 3 de novo. Depois 6. Depois 11. Depois 18.
Fechamos o primeiro ano com 173 clientes.
E o segundo ano explodiu: 374 campanhas ativas e um ticket médio muito maior.
Não foi rápido.
Não foi linear.
Foi real.
Errar rápido. Aprender mais rápido ainda
Um dos maiores erros que cometemos foi apostar alto demais em uma funcionalidade de cashback que ninguém usou.
Zero adesão.
Foi doloroso — mas necessário para mudar a mentalidade:
Construímos, testamos, ajustamos. Sempre com o mercado como juiz.
O caminho certo é pavimentado por erros bem digeridos.
A virada: um momento que muda tudo
Maio de 2024.
Mudamos nossa estratégia comercial e de meios de pagamento.
O resultado?
8 vezes mais vendas comparado ao ano anterior,
No mês seguinte, 4 vezes mais,
Depois, 16 vezes.
Mudanças pequenas, executadas com precisão, mudam o jogo.
Inovação que nasce da dor
A inovação da Pixel Roads não veio de querer parecer inovador.
Veio da dor real de operar campanhas fragmentadas em 15 ou 20 plataformas diferentes.
Com um único login, resolvemos o que era um labirinto.
Além disso, criamos o Native 3.0, um produto proprietário que combina diferentes formas de mídia em uma entrega inteligente e única no mercado.
Se eu pudesse voltar no tempo...
Teria construído o time de tecnologia interno desde o primeiro dia.
Terceirizar o coração de um produto é como instalar móveis planejados em uma casa alugada. O resultado pode ser incrível mas, no fim dia, aquilo não é 100% seu.
Aprendi isso do jeito mais difícil.
Para quem quer empreender em adtech
Viva a indústria antes de tentar mudá-la;
Cerque-se de pessoas melhores do que você em áreas-chave;
Tecnologia não é acessório. É sobrevivência;
Venda é a alma. Operação é a espinha. Sem isso, não há produto bom que resista.
A verdadeira lição
Se há algo que aprendi construindo a Pixel Roads, é que sonhar grande é só o começo.
Sobreviver ao sonho é o que constrói quem você é.
Você precisa resistir quando tudo parece estar dando errado. Precisa mudar de rumo quando a maré vira. Precisa manter o time unido quando o barco balança.
A vida real da construção é isso:
É na insistência diária, no trabalho invisível, na resiliência silenciosa, que grandes coisas nascem.
E só constroem de verdade aqueles que se recusam a parar.
コメント